Bora lá construir um cavalo de pau, e dentro do bucho dele metemos people ajoelhado
Alunos do 6.º E da Eugénio de Castro despediram-se das aulas com um teatrinho. Aproveitaram para dar a volta (e que volta!) à Odisseia, de Homero. Aqui reproduzimos alguns excertos.
Sketch 1
Páris – (com ar sensual) Helena minha babe vo´te raptar!!!
Helena – (muito assustada) Nãããããooooo!!!
Narrador – Ulisses um coxe chateado, baza pa Tróia.
Ulisses – (narrando) Passados dez anos aqui sobre o cerco de Tróia, (pensativo) eu tive um flash: (vira-se para os marinheiros) bora lá construir um cavalo de pau, e dentro do bucho dele metemos people ajoelhado.
Páris – (determinado) Como já passaram alguns dias de cena calma, tenho a certeza que acabou a guerra! Bora recolher o raio do animal do cavalo pa dentro da cidade e fazer uma raive de três dias.
Ulisses – (ele e os marinheiros escapam-se) Com os Troianos ganzados já podemos bazar do bandulho do cavalo, chamar os brothers e bazar pa arrasarmos a city toda.
Narrador – Depois de acabar a guerra de Tróia, Ulisses e os seus “manos” só queriam regressar a Ítaca; porém foram desviados por um corrente submarina e atracaram na Ciclópia.
Sketch 2
Turma toda – (interrogando-se) Ciclópia???
Marinheiros – Ya! (informando) Tipo o people desta terra são os Ciclopes, têm um só olho no meio da tola e alimentam-se à base de carne humana.
Ulisses – Alto aíííí e para o baile!!! Esta ilha está desabitada!
Dois marinheiros – (ao mesmo tempo com um ar de gozo) Upa, upa, puxadote..
Marinheiros – (contradizendo Ulisses) Tás enganado, nesta ilha também habita um troll (alguém se ri) Polifemo, que por ser demasiado agressivo pós outros, foi enviado para aqui, onde vive sozinho e bem acompanhado (ri-se) com as ovelhas!!!
Outro marinheiro – (falando em nome de todos) Nós temos é medo que ele nos veja, é melhor escondermo-nos dentro de uma gruta que há aqui perto.
Outro marinheiro – (com ar irónico) Ganda pontaria! Fomos memo para a gruta doutro troll!
Polifemo – (irritado) Já estou farto!
Ulisses – (com ar solidário) Toma, isto é Caipirão feito com Licor Beirão. Depois de teres comido tanta carne, deves estar com sede!
Polifemo – (saboreando) Mmm, gostei, sabe a Verão! Ok, vais ser o último a bater as botas! E já agora qual é o teu nome rapazinho?
Ulisses – (responde) Ninguém…
Um marinheiro – (sussurrando e feliz) Tive uma luz! Vamos afiar um ramo de árvore fino e vamos torná-lo incandescente nas cinzas da fogueira.
Polifemo – (pedindo socorro, muito aflito) Ai, socorro meus irmãos! Ninguém está aqui, ninguém! Querem matar-me! Ai tou que nem posso!!!
Outros ciclopes – (respondendo à “loucura” de Polifemo) Vai mas é beber uma Frize Limão Cola, a OPA do povo! Já que estás com dor de dentes!!!
Um marinheiro – (diz para o outro ao lado) Por acaso até é verdade que a Frize é a OPA do povo, já falaram com a CNBN e ela diz que a OPA é baril!!!
Ulisses – (aproveitando o sucedido) Vamos mas é dar de frosques e continuar a viagem!
Sketch 3
Ulisses – (espantado) Onde estamos?
Rei Eolo – (dando e aconselhando) Estão na Eólia. Vou dar-vos dar um saco que tem todos os ventos e tempestades, mas ninguém o pode abrir!
Marinheiros – (admirando o saco) Isto é tão beautifull! Bora lá abrir!!!
Ulisses – (espantado com a reacção dos marinheiros) Vocês ouviram aquilo que disseram? Não vão abrir coisa nenhuma! Vamos mas é bazar já daqui!
Vão explorar o terreno, que eu fico a guardar o saco pa ninguém o gamar.
Circe – (contente por ver mais umas vitimas, com ar cínico) Hi! Hi! Hi! Mais uns amiguinhos. Venham, entrem… Vou preparar o licor.
Euríloco – (espantado, a falar com Ulisses) – Nem sabes o que eu vi! Circe, a deusa que reina aqui, transformou todos os teus marinheiros em animais roncantes, em porcos!
Ulisses – (vingativo) Ela já vai ver quem é que brinca melhor!!!
Minerva – (dirigindo-se a Ulisses) Toma esta erva da vida que te dará uma fezada…Uau, que máximo!!!
Toda a turma – (todos ao mesmo tempo) A erva que parecia canábis mas não era, protegeu-o, mas não impediu que Circe o aprisionasse.
Circe – (informando) Ninguém deveria bazar daqui mas como eu me apaixonei pelo Ulisses vou-vos deixar dar a pira. (impondo condições) Mas têm de fazer obrigatoriamente duas coisas: dirijam-se à ilha dos Infernos para falarem com o Profeta Tirésias (Titi para os amigos); e quando passarem pelo mar das sereias tapam os ouvidos com cera viscosa, ou então serão seduzidos ou mortos!
«O pensamento lógico pode levar-te de "A" a "B", mas a imaginação leva-te a qualquer parte do Universo.» Albert Einstein
segunda-feira, julho 10, 2006
Ulisses, Século XXI
sábado, julho 08, 2006
Entrevista ao Papel - "Todos somos papel"
Diário de Fictícias – Antes de iniciar esta entrevista, gostaria de agradecer a sua disponibilidade em aceitar este nosso convite.
Sr. Papel – Ora essa, eu é que agradeço por, finalmente, alguém me utilizar de forma adequada.
DF – Como assim?
Papel – Hoje em dia tenho encontrado muitos problemas, talvez o mais importante seja a preferência das pessoas pelo meu maior concorrente, o Computador. Por isso fico contente por me utilizar para este seu trabalho.
DF – O Computador ocupa um lugar essencial na nossa sociedade…
Papel – Sim, e, por um lado, eu até concordo porque facilita a vida às pessoas, a muitos níveis. Por exemplo, os documentos podem ser arquivados sem ganhar pó, podem ser guardados num espaço ilimitado… Reconheço a importância do Ciberespaço. Contudo, fico triste ao assistir ao desaparecimento de coisas que já faziam parte da nossa vida… Já não se enviam cartas de amor pelo correio, a compra de livros tem diminuído, os bilhetes trocados entre namorados foram substituídos pelos sms… Muita coisa mudou… Agora tudo o que encontramos no “mundo real” encontramos no “mundo virtual”, e até em maior quantidade.
DF – Isso não traduzirá a inovação tecnológica que varre quase todo o planeta?
Papel – Esse é um tema um pouco ambíguo, uma vez que inovação tecnológica pode não querer significar melhoria da qualidade de vida. Os objectos electrónicos são muito importantes mas também têm as suas desvantagens… Hoje em dia, se um sistema electrónico falhar, pode causar danos a muitas pessoas. As máquinas têm-se apoderado do ser humano.
DF – Segundo estudos recentes, o seu consumo – falo do papel, naturalmente –, nesta “era dos computadores” tem vindo a aumentar, contrariando todas as previsões.
Papel – Sim, no início tudo parecia prejudicial, mas acabou por ter aspectos positivos, uma vez que os próprios computadores fazem com que eu e a minha família sejamos mais utilizados… Eu até tenho uma boa relação com o Computador, mas acho que, por vezes, sou preterido em relação aos ficheiros electrónicos.
DF – O que recorda com mais saudade dos seus tempos de infância?
Papel – Quando eu nasci, há mais de 2000 anos, na China, fui considerado uma descoberta incrível. Lembro-me de ser, nessa altura, muito bem visto e idolatrado por muitos. Tinha um “papel principal”.
DF – Actualmente, reparte o pódio com outras invenções…
Papel – Sim. E isso não me incomoda nada. Sabe, todos temos papéis diferentes… Somos todos necessários à sociedade.
DF – Quais são as áreas da sua preferência?
Papel – Sou muito ligado aos trabalhos manuais, à literatura, ao teatro, ao cinema, à economia... Resumindo, gosto muito de Política! Sou o elemento que passeia mais dentro da Assembleia da República… Ando de um lado para o outro, visito várias secretárias, cadeiras, canetas então!… No fim, o resultado é sempre o mesmo. Todos os projectos que por mim passam, acabam por morrer. Fica tudo no papel.
DF – Como é o seu dia-a-dia?
Papel – Acordo sempre muito cedo para trabalhar. Levanto-me da cama todo amarrotado e com vontade de passar o dia deitado… Aliás, é isso mesmo que acontece. O meu tempo divide-se entre a papelaria onde passo a maior parte do tempo (andando de mão em mão, de impressora em impressora, levando uns agrafes aqui outros ali, uns furinhos, enfim, tudo e mais alguma coisa…) e a Assembleia da República. Muitas das vezes, não sei se é impressão minha, mas fico com um tom de pele diferente… Ou estou muito colorido, ou a preto e branco, ou às riscas, aos quadradinhos…
DF – Acaba por ter uma vida divertida…
Papel – Pode-se dizer que sim; porém, a diversão não é tudo e precisamos de “papel” para viver… Nesse aspecto é que sou um pouco prejudicado. Eu sou muito barato e as pessoas não me sabem aproveitar… Poderia ter uma vida mais longa e tranquila se, depois de me utilizarem, me colocassem no meu devido lugar, num Ecoponto.
DF – Tem algum modelo a seguir?
Papel – Sim, tenho. Sempre gostei do papel de embrulho, porque acaba por ser sempre uma surpresa para todos. Apesar de trabalhar mais na época natalícia, nunca deixou de ser o meu ídolo. Admiro muito, ainda, o Senhor Bill Gates que, apesar de ser dono do “Mundo Informático” é a pessoa que tem mais “papel” no mundo.
DF – Que conselho deixa aos seus utilizadores?
Sr. Papel – Ora essa, eu é que agradeço por, finalmente, alguém me utilizar de forma adequada.
DF – Como assim?
Papel – Hoje em dia tenho encontrado muitos problemas, talvez o mais importante seja a preferência das pessoas pelo meu maior concorrente, o Computador. Por isso fico contente por me utilizar para este seu trabalho.
DF – O Computador ocupa um lugar essencial na nossa sociedade…
Papel – Sim, e, por um lado, eu até concordo porque facilita a vida às pessoas, a muitos níveis. Por exemplo, os documentos podem ser arquivados sem ganhar pó, podem ser guardados num espaço ilimitado… Reconheço a importância do Ciberespaço. Contudo, fico triste ao assistir ao desaparecimento de coisas que já faziam parte da nossa vida… Já não se enviam cartas de amor pelo correio, a compra de livros tem diminuído, os bilhetes trocados entre namorados foram substituídos pelos sms… Muita coisa mudou… Agora tudo o que encontramos no “mundo real” encontramos no “mundo virtual”, e até em maior quantidade.
DF – Isso não traduzirá a inovação tecnológica que varre quase todo o planeta?
Papel – Esse é um tema um pouco ambíguo, uma vez que inovação tecnológica pode não querer significar melhoria da qualidade de vida. Os objectos electrónicos são muito importantes mas também têm as suas desvantagens… Hoje em dia, se um sistema electrónico falhar, pode causar danos a muitas pessoas. As máquinas têm-se apoderado do ser humano.
DF – Segundo estudos recentes, o seu consumo – falo do papel, naturalmente –, nesta “era dos computadores” tem vindo a aumentar, contrariando todas as previsões.
Papel – Sim, no início tudo parecia prejudicial, mas acabou por ter aspectos positivos, uma vez que os próprios computadores fazem com que eu e a minha família sejamos mais utilizados… Eu até tenho uma boa relação com o Computador, mas acho que, por vezes, sou preterido em relação aos ficheiros electrónicos.
DF – O que recorda com mais saudade dos seus tempos de infância?
Papel – Quando eu nasci, há mais de 2000 anos, na China, fui considerado uma descoberta incrível. Lembro-me de ser, nessa altura, muito bem visto e idolatrado por muitos. Tinha um “papel principal”.
DF – Actualmente, reparte o pódio com outras invenções…
Papel – Sim. E isso não me incomoda nada. Sabe, todos temos papéis diferentes… Somos todos necessários à sociedade.
DF – Quais são as áreas da sua preferência?
Papel – Sou muito ligado aos trabalhos manuais, à literatura, ao teatro, ao cinema, à economia... Resumindo, gosto muito de Política! Sou o elemento que passeia mais dentro da Assembleia da República… Ando de um lado para o outro, visito várias secretárias, cadeiras, canetas então!… No fim, o resultado é sempre o mesmo. Todos os projectos que por mim passam, acabam por morrer. Fica tudo no papel.
DF – Como é o seu dia-a-dia?
Papel – Acordo sempre muito cedo para trabalhar. Levanto-me da cama todo amarrotado e com vontade de passar o dia deitado… Aliás, é isso mesmo que acontece. O meu tempo divide-se entre a papelaria onde passo a maior parte do tempo (andando de mão em mão, de impressora em impressora, levando uns agrafes aqui outros ali, uns furinhos, enfim, tudo e mais alguma coisa…) e a Assembleia da República. Muitas das vezes, não sei se é impressão minha, mas fico com um tom de pele diferente… Ou estou muito colorido, ou a preto e branco, ou às riscas, aos quadradinhos…
DF – Acaba por ter uma vida divertida…
Papel – Pode-se dizer que sim; porém, a diversão não é tudo e precisamos de “papel” para viver… Nesse aspecto é que sou um pouco prejudicado. Eu sou muito barato e as pessoas não me sabem aproveitar… Poderia ter uma vida mais longa e tranquila se, depois de me utilizarem, me colocassem no meu devido lugar, num Ecoponto.
DF – Tem algum modelo a seguir?
Papel – Sim, tenho. Sempre gostei do papel de embrulho, porque acaba por ser sempre uma surpresa para todos. Apesar de trabalhar mais na época natalícia, nunca deixou de ser o meu ídolo. Admiro muito, ainda, o Senhor Bill Gates que, apesar de ser dono do “Mundo Informático” é a pessoa que tem mais “papel” no mundo.
DF – Que conselho deixa aos seus utilizadores?
Papel – Todos nós somos e temos um papel na vida. O importante é saber escrever nele.
André Pereira
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